segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Como melhorar a comunicação com os filhos

Existem seis maneiras diferentes de melhorar a comunicação com os filhos.

1. Fale menos.

Muitos pais apren­deram do modo mais difícil que aquilo que parece ser uma comunicação franca em geral é o que faz com que os ouvidos e a boca de um jovem se fechem. Um erro comum é o «sermão», o longo monólogo que normalmente começa com: "Quan­do eu tinha a tua idade ... ». Diante de um sermão, os jovens fecham-se; os seus olhos vidram-se e eles deixam de registar qualquer tipo de informação.
Desde tempos imemoriais que os pais dizem solenemente: «Quando vocês tiverem filhos, vão ver como é.» O que interessa aos jovens é o pre­sente; o futuro longínquo para eles não tem qualquer relevância. Dê razões específicas pa­ra as suas acções utilizando o tem­po presente: «Não te deixo ir à festa porque acho que há poucos adultos lá para tomar conta da situação.»

2. Evite palavras exaltadas.


As nossas emoções estão de tal modo li­gadas ao bem-estar dos nossos fi­lhos que não há pai que se mante­nha sempre calmo. Contudo, quan­to mais excitados estivermos, mais provável será dizermos o que não que­remos.
Quando uma questão está em vias de se tornar incontrolável, as mães costumam di­zer aos filhos algo do género: «Estou muito zanga­da, por isso não quero falar mais nesse assunto agora. Vão brincar que, quando eu estiver mais calma, cha­mo-vos.»
Durante situações explosivas devemos acalmar pensando: «Nunca te esqueças de como eras em criança.» Temos que nos manter calmos lembrando-nos de que os comportamentos impulsivos e tolos es­tão sempre ligados ao facto de se es­tar ainda a crescer.

3. Ouça o seu filho com imparciali­dade.

Isso significa não fa­lar enquanto o filho não acabar o que está a dizer. Seja o que for que este­ja a ouvir, ouça até ao fim. Se perder a cabeça antes de ou­vir a história toda, prepare-se para pedir desculpas.
Quando o jovem acabar de falar, repita por outras palavras o que ele acabou de dizer e, em seguida, per­gunte se foi isso que ele essencial­mente quis comunicar. Assegure-se de que entendeu tudo o que ele lhe disse antes de lhe dar um conselho ou de agir. Lembre-se que a perspectiva de um jovem é dife­rente da de um adulto. Se reconhecermos que os pequenos problemas da vida parecem maiores quando se é criança, isso dar-nos-á, um pouco mais de paciência. Se uma criança perder alguma coisa de que gosta, nem que seja algo insignificante pa­ra nós, é importante para ela e nós temos de entender isso.

4. Procure a ocasião certa.

Tão im­portante como o modo de falarmos e ouvirmos é o quando o devemos fazer. Os melhores momentos são a hora de ir para a cama e a das re­feições. As refeições também podem pro­porcionar uma troca de ideias.

5. Fale com amor.

O afecto, que é a abordagem mais branda e tranqui­la da comunicação, prevalece sempre em famílias estáveis. O afecto pode resolver momentos difíceis. Há alturas em que não se deve falar, mas, apesar disso, é possível comunicar através de um leve toque. O afecto é um sinal silencioso que, desde que as pes­soas se possam tocar, permite um de­sabafo, sejam quais forem os confli­tos e as divergências existentes entre elas.

6. Dê valor às opiniões dos seus fi­lhos.

Acho que os melhores pais devem manter certas decisões, mes­mo que os filhos discordem. Contu­do, ser determinado não significa de maneira nenhuma ignorar os jovens. Deixá-los ter voz em assuntos familiares traz dois benefícios: aceitam melhor as decisões se forem consul­tados e consideram-se uma parte va­liosa da família. É claro que dirigir uma casa e im­por certa disciplina leva a que mui­tas decisões sejam tomadas apenas pelos pais. Se existe uma regra que diz que se devem acabar os trabalhos de casa antes de se ligar a televi­são, discuti-la apenas levará a deba­tes estéreis. Tal coisa não significa estar-se a bloquear a comunicação, mas que se é suficientemente inteli­gente para decidir acabar com uma briga em benefício de todos.
Comunicar com os filhos nem sem­pre é fácil. Mas aquilo que é básico - saber ouvir, usar a ocasião certa e sentir afeição e respeito - pode ser­ vir para fundamentar a compreen­são mútua entre pais e filhos.

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